A publicação “Área de Proteção Ambiental de Santa Teresa – A contribuição dos arquitetos e urbanistas em parceria com a sociedade”, patrocinada pelo CAU/RJ, foi lançada nesta terça-feira, 10 de janeiro, no Parque das Ruínas, ponto turístico do bairro. O local escolhido para o lançamento, antiga residência recuperada e transformada em parque em 1996, contribuiu para reforçar dois temas chaves da publicação: a importância da preservação do patrimônio e sua relação harmônica com a paisagem natural.
Produzida pela Associação de Moradores e Amigos de Santa Teresa (Amast), a revista apresenta as belezas da Área de Proteção Ambiental (APA), com informações sobre a fauna e a flora locais, e seu casario histórico, além de apontar as dificuldades para a proteção da área, como construções irregulares, e contar um pouco da história de Santa Teresa.
Durante o evento, o presidente do CAU/RJ, Jerônimo de Moraes, cumprimentou os moradores não só pelo lançamento da publicação, mas pelo esforço na construção da APA e em sua preservação. “É muito importante a compreensãoda arquitetura em sua dimensão cultural, mas também em sua relação com o meio ambiente”, disse.
Recém-empossado como presidente da Amast, o Conselheiro do CAU/RJ, Paulo Saad lembrou que produzir a publicação sobre a APA era um desejo antigo da associação. “Nos anos 80 e 90, houve uma mobilização da sociedade que gerou a construção da APA e sua posterior consolidação, mas esse movimento perdeu força nos anos 2000”, afirmou Saad, acrescentando que a revista tem o objetivo de informar a população sobre a APA e resgatar o interesse pelo tema de forma crítica.
A publicação, que conta com seis artigos assinados por arquitetos e urbanistas, será distribuída a participantes da Associação e enviada a
políticos e funcionários de órgãos municipais e estaduais ligados a conservação, patrimônio, meio ambiente e transportes, por exemplo.
A bióloga Sônia Peixoto, que já esteve à frente da administração do Parque Nacional da Tijuca, sugeriu uma racionalização das unidades de conservação da cidade. “Trinta por cento do território carioca são preservados por unidades de proteção, mas a preservação não se verifica na prática, porque essas áreas estão divididas de forma irracional: APAs sobre APAs, parques sobre parques. É preciso que esses limites sejam redefinidos para que possam ser geridos com eficiência”, avaliou. Sônia Peixoto propôs uma recategorização das áreas de conservação, a elaboração de um plano de manejo para a APA de Santa Teresa e de um conselho deliberativo para acompanhar e supervisionar a implantação do plano.
O bairro de Santa Teresa foi declarado Área de Proteção Ambiental pela prefeitura em 1984, com o objetivo de preservar tanto sua paisagem natural, que inclui trechos remanescentes de Mata Atlântica, quanto sua paisagem cultural, marcada por uma arquitetura eclética e pitoresca.
Fonte: http://www.caurj.gov.br/?p=24627